quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Poder da verdadeira Amizadade...

Muitas são as pessoas que encontramos ao longo do nosso percurso neste mundo. Muitas nos desiludem, outras surpreendem-nos, mas apenas ficam gravadas no nosso coração aquelas verdadeiras amizades.
As amizades devem ser cultivadas como flores de um jardim. O verdadeiro amigo é aquele que está sempre pronto a ajudar e a ouvir o outro, aquela pessoa que vem quando chamamos e que vem sem ser preciso dizer nada quando precisamos de um ombro amigo.
E quando pensamos que estamos sós, que ninguém nos compreende, que tudo está contra nós, surge ao nosso lado uma mão amiga que nos vem amparar e limpar as lágrimas do nosso rosto, a força de uma verdadeira amizade que nos mostra o lado bom da vida e não nos deixa desistir lutando ao nosso lado contra as barreiras que nos tentam impedir o nosso caminho.
A amizadade, uma força capaz de nos fazer levantar a cabeça e nunca desistir. Algo tão belo que nunca deveria ser desprezado. E muito importante, que nunca permitamos que algo ou alguém destrua um dos mais belos sentimentos que o coração pode sentir.
Quem nunca encontrou o seu porto de abrigo, um colo, um ombro para chorar e partilhar alegrias, confessar os nossos segredos, medos numa pessoa a quem chamamos AMIGO.
Uma pessoa especial, a ti meu amigo deixo-te esta mensagem, espero que saibas que estás e sempre estarás gravado no meu coração e que todos os dias me lembrarei de ti, dos dias em que ouvis-te e limpas-te as minhas lágrimas e nunca me deixas-te desistir, que sempre estives-te perto de mim com uma palavra amiga quando estava em baixo. Agradeço-te os dias em que me fizes-te sorrir e soltar gargalhadas. Obrigada por muitas vezes deixares de pensar em ti para te preocupares comigo, mudares os teus planos para apenas passar algum tempo comigo.
Por vezes sinto que não merecia ter a tua amizade, que não fiz tudo que devia para retribuir toda a amizadade que me deste. Desculpa se não te dei toda a atenção que merecias.
E nestas humildes palavras espero que descubras o quanto eu sinto a tua falta e gosto de ti, nunca vou esquecer-te, estás guardado num cofre dourado, onde mantenho os meus mais preciosos tesouros.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

What is wrong with me?

Every morning when i wake up
The same feeling that i'm not rigth
What is wrong with me
Who i supposed to be
Everything seem not rigth

What is wrong with me
What should i do
Who should i be
Where is my place in the world
I don't know
What is wrong

Everyday i try to find the reason
For be alive
But every morning i don't find reason why
I just feel that i don't belong here
So where i suppose to be

What is wrong with me
What should i do
Who should i be
Where is my place in the world
I don't know
What is wrong

What is wrong
What should i do
Who should i be
I don't know what i want

What is wrong
What is wrong with me
What should i do
Who should i be
What is wrong with me

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Coração de Nazul - Cap. III

Capitúlo III

Da outra margem do rio, em terras de Nazul, preparava-se uma batalha contra os humanos, uma criatura vil que nunca aceitou as regras impostas pelo Rei, colhia forças ocultas para vencer as barreiras colocadas por ele. Esta vil criatura de nome Grima encontrava-se refugiada nas montanhas vulcânicas, terra distante, toda essa região se caracterizava por uma enorme escuridão, parecia ser sempre noite, nunca se via sinal de vida.
Grima fora outra ora como todas as outras criaturas de Nazul, numa época sem barreiras, em que apenas existia o mundo Nazul e os humanos não passavam de escravos nas suas mãos. Nunca aceitou o facto do Rei ter tomado a decisão de tornar os humanos livres, por isso, fora banido para aquelas terras de que agora é senhor. Desde, então que jurou vingança e prepara uma forma de derrotar o Rei e fazer valer os seus ideais.
Longe de todos na sua caverna formada pelas antigas erupções vulcânicas, podia conspirar contra o reino sem ser notado. Toda a caverna era escura, tão escuro como toda a região, a única fonte de luz e de algum calor era a fogueira que mantinha acesa. Ao lado da fogueira era onde Grima se mantinha a maior parte do tempo, uma criatura que fora outra ora tão bela e perfeita, transformara-se pelo tempo, o ódio e o rancor. No seu coração residia há muito a escuridão que caracterizava aquele lugar. É agora uma criatura vil, temível por todos, apresenta sempre um semblante carregado, cabelos esguios negros como a noite, a face pálida como a neve e os olhos cavos como se não dormisse anos seguidos, vestia uma grande túnica negra. Toda a sua figura transmitia aquilo que carregava no coração negro, incapaz de sentimentos de bondade. Sempre fora diferente de todos, a sua mente era sombria e perversa, constantemente procurava novas formas de torturar os humanos para seu belo prazer, desprezava-os por serem meros mortais, sem poderes mágicos. Praticante da magia negra em segredo, testava os seus feitiços nos humanos, muitos deles acabam por morrer nas suas mãos. Mas não estava só, outros haviam que partilhavam dos seus planos. Grima tornara-se mestre para alguns que começavam a seguir os seus passos.
A espécie humana estava a ser ameaçada, Grima não tinha escrúpulos, matava-os sem dó nem piedade, mulheres até crianças. Foi perante esta situação que o Rei tomara aquela decisão, era um ser bondoso e não suportava mais ver os humanos a serem mortos pelo mero prazer de uns.
Grima preparava planos terríveis, reunira um exército temível de criaturas que fizera imergir das profundezas por meio da magia negra, criaturas sem alma, sem medos, capazes de destruir e matar, mortos vivos que noutros tempos foram criaturas doces, negros como a noite, os olhos vermelhos cobertos de sangue, temíveis guerreiros, fortes e muito altos. Não eram como os lobos que caminham vivos pela terra, estes estavam muito melhorados, conseguiam andar sob os membros inferiores como os homens, possuíam mãos firmes capazes de envergar armas.
Estas criaturas escutavam as ordens de seu mestre e senhor, preparadas para matar por ele.
“O dia chegou meus fiéis servidores, hoje vai se dar início há batalha pela nova Era! Uma Era que nunca deveria ter sido interrompida!” – dirigindo-se aos seus lacaios – “Vão, encontrem-no e tragam-mo até mim! Ele tem de ser meu!”
Perante a ordem do mestre, sem sequer hesitar, seguiram o seu caminho. Mas estas não eram as únicas criaturas que se encontravam ao lado de Grima, outras de coração negro como ele seguiam os seus ideais e partilham o mesmo ódio pelo pelos seres mortais e pelas leis que vigoram em terras de Nazul de agora.

Entretanto, Land percorria o trilho que levava até ao rio, estava quase a anoitecer, tinha de se despachar. Finalmente chegou. Parou algum tempo a contemplar a paisagem, continuava sem querer acreditar em tudo que Mad Merry lhe contou, como era possível um lugar tão belo poder esconder algo tão perigoso. Cauteloso, aproximou-se da margem do rio, entrou, seguiu até ao centro, o nível da água chegava-lhe até à cintura, muito serena, era impossível os dois amigos de Mad Merry terem morrido afogados ali. Acariciando a água com a sua mão direita, Land começara uma forma de diálogo, não sabia ao certo com quem ou o quê, nem fazia ideia de como deveria se dirigir, mas precisava tentar, tinha de conseguir atravessá-lo.
“Não sei que nome te devo dar! Conheço a regra que defendes, sei que não permites a passagem! Mas eu peço-te, humildemente, que me permitas essa honra!”
Nesse momento a respiração de Land ficara ofegante, o seu coração parecia querer saltar-lhe do peito. Um enorme silêncio incomodativo se instalou, Land apenas ouvia a sua respiração cada vez mais ofegante e o seu coração a bater cada vez mais forte. Então começou a perceber de que o nível do rio estava a baixar e numa estrondosa explosão de água à sua frente imergiu uma figura esbelta, toda ela formada pela água do rio, era uma imagem de uma mulher, tal como Mad Merry descrevera. Conseguia-se distinguir as formas de uma bela mulher, com cabelos muitos compridos ondulados até aos joelhos, podia mesmo ver através dela de tão cristalina que era a água. Era exactamente como Mad Merry lhe contara, afinal sempre era verdade a sua história, não estava louco, mas mais lúcido do que os outros. Uma história que para Land era inacreditável, nunca acreditou nelas, mas ali estava bem à sua frente uma das personagens da história de Mad Merry.
A Senhora do Rio ali à sua frente, uma imponente figura, olhava agora para Land, que não tinha conseguido tirar os olhos dela, todo o seu corpo começara a tremer, a garganta secou, estava pela primeira vez da sua vida a sentir a sensação de medo.
“Ninguém pode atravessar o rio, é proibido! A desobediência dessa regra é punível com a própria vida!” – disse aquela estanha criatura.
“Não, espera, por favor! Perdoa-me, nunca foi minha intenção ofender-te! Mas, temo que tenho de atravessar! Alguém chama por mim do outro lado!”
A Senhora do rio o olhou nos olhos e para surpresa de Land também ela conhecia o seu nome: “Land!”
“Sabes o meu nome? Sabes quem sou? Era tua a voz que chamava por mim? Conheces aquele a quem pertence essa voz? Diz-me, por favor!”
As perguntas de Land não obtiveram respostas. Toda a água que a formava desmanchou-se sob ele e a força dela o arrastou até à outra margem. Land agora percebera como aqueles dois se tinham afogado, cansado e molhado arrastara-se mais um pouco e deitou-se sob o chão, ficou ali algum tempo, quase desmaiado. Mas, não podia ficar ali, tinha de continuar a sua busca. Assim com um enorme esforço, as mãos bem firmes no chão, se levantou lentamente, a poucos metros estava da Floresta, ou, talvez, da passagem para outro mundo. Já de pé, mas bastante exausto, caminhava em direcção da Floresta, assim que chegou perto das árvores hesitou, olhou para trás e veio-lhe à lembrança Claire, voltará a vê-la? Land fechou os olhos e voltara-se, novamente, para a frente, não podia voltar a trás, tinha de seguir caminho.
As árvores eram magníficas, Land nunca tinha percebido, agora contemplava-as, muito altas e verdes, enormes monumentos vivos. A noite aproximava-se e Land não podia arriscar andar pela Floresta repleta de riscos desconhecidos, tinha de aproveitar antes que a escuridão plena da noite o impedisse de seguir o seu caminho. Respirando fundo, sentia o cansaço a querer derrubá-lo, mas não podia ceder, tinha de continuar. Ao sentir uma certa dificuldade em se manter de pé apoiou-se no tronco muito grosso de uma das árvores, eram realmente impressionantes, deviam ser muito antigas. Land entrou, finalmente, na tão temível Floresta, ficara fascinado, nunca vira tanta beleza, todo aquele lugar parecia cintilar, tudo era mágico. As árvores enormes e muito belas, ouvia o chilrear dos pássaros nos seus ninhos, tudo estava tão calmo, o chão repleto de flores e erva verde, a lua que já se encontrava no alto do céu reflectia uma luz da cor de prata em toda aquela paisagem, já por si tão bela.
Land olhava em seu redor contemplando toda aquela beleza, procurava algum sinal de alguém que o pudesse orientar, mas não via ninguém. Estava cada vez mais fraco, todo encharcado. Começou, então a caminhar, apoiando-se nas árvores por onde passava, tinha de sair dali, encontrar alguém.
Land não estava só, sentia que estava a ser observado, mas não conseguia ver nada. No cimo das árvores muitos animais o observavam, não era usual a presença de estranhos por ali. Sentia que os pássaros deixaram de cantar, estavam agitados, foi, então, que uma das aves voou por cima de si, levantou a cabeça e viu um grande pássaro a voar à frente dele, onde iria?
A tão temível Floresta, não parecia assim tão perigosa, pelo contrário, transmitia uma enorme calma e serenidade. Mas de repente, Land sentiu algo de estranho, parou e ficou a ouvir, o som não vinha longe, fazia lembrar-lhe os trabalhadores de madeira da aldeia. O som vinha por de trás dele, ao dar a volta para ver o que era, fora surpreendido por uma mão gigante de uma árvore que o agarrara e elevara no ar. O coração de Land batia fortemente no seu peito, que doía devido a respiração débil. Aquela mão apertava-o cada vez mais e Land contorcia-se de dor. Não queria acreditar à sua frente estava agora uma face enorme de madeira, era uma árvore.
“Os humanos não são permitidos deste lado da margem do rio! Como passas-te pela Senhora do Rio? Deves ser punido!”
Land gemia de dor, aquela árvore espremia-o. Por momentos pensou que era o fim, mas não podia deixar que aquela criatura o matasse, tinha de conseguir convencê-la de que não tinha a intenção de violar qualquer lei.
“Vim em paz…por favor…ouve-me! Preciso continuar, alguém desta terra me tem vindo a chamar!”
A árvore não cedia, cada vez mais apertava-o, foi, então que uma luz brilhante surgiu iluminando toda a Floresta, fazendo com que a pressão cedesse e sem que Land entendesse a árvore colocara-o no chão.
Devido ao cansaço a sua visão começava a turvar-se, deixara de ouvir a melodia, apenas a sua respiração cada vez mais fraca. As suas pernas deixaram de lhe obedecer, caiu por terra, foi, então, que na sua frente aparecera duas figuras que lhe ofuscavam o olhar com o seu brilho.
“Quem está aí? Mostra-te! Podes ajudar-me?” – perguntava Land numa voz já débil, mas não obteve resposta.
Aquelas duas figuras aproximavam-se de Land, que agora conseguia distinguir um homem, de cabelos e barbas compridas brancas, vestia uma túnica até aos pés branca como a neve que cintilava. Ao seu lado estava um cavalo branco, mas tinha uma espécie de corno, era um unicórnio, nunca tinha visto nenhum, pensava que era só uma lenda, também ele reluzia muita luz, era tão belo. Ambas as criaturas tinham um aspecto sereno e calmo, não tinham a intenção de magoa-lo, só ajudar. Mesmo antes deles chegarem até Land, ele não aguentou, por fim cedeu ao cansaço e desmaiou.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Magia do Cinema



Cinema! A sétima arte...


Devo confessar que esta forma de arte é aquela que mais me fascina. Um mundo mágico, cheio de cores e fantasia, através dela podemos sonhar...
Como é maravilhoso, o contar histórias, e até muito mais que isso, o transportar das palavras de uma folha de papel para a tela e nela dar-lhes vida através de cores e belas melodias.

Uma das melhores invenções que percorre o mundo inteiro, levando belas histórias de encantar, algumas que tocam no fundo do coração, fazendo surgir num acto involuntário uma lágrima, e, outras, por vezes muito mais difíceis de conseguir, gargalhadas de um público exigente.

Cinema! Sem dúvida, uma das mais belas invenções do mundo. Nesta forma de arte, são muitos os artistas que nos merece admiração: realizadores, actores, etc. Uma mistura de imaginação, cor e vida que se transforma na mais pura magia do cinema. Muitas vezes, vemos retratado na tela problemas e vidas semelhantes ou familiares à vida real.

Agradeço a todos que fazem cinema, porque muitas vezes na presença de uma bela história ou comédia numa tela, os problemas desaparecem como por magia, por momentos são esquecidos, vivemos e comovemo-nos com a história daquelas personagens como se fosse a nossa.

Uma das minhas paixões, o Cinema.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sentimento incerto...

Qual a razão do ser
Para esquecer
Para dizer que não
À vontade do coração

Pior tormento
Que a dor deste sofrimento
Um vazio no peito
De um amor mal feito

Medo do amor
Medo da dor
Medo de voltar a sentir
O coração a partir

Arranquei do peito
E escondi do mundo
Um coração desfeito
Num cofre escuro

Estou certa ou errada
Não sei ao certo
Sei que estou farta
Deste sentimento incerto

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Coração de Nazul - Cap. II

Capítulo II

Ao primeiro raiar do sol Land apressou-se para sair mas foi retido por Dª Helen, por quem foi criado, uma mulher de cabelos já grisalhos, sinal do tempo, tempo que não conseguiu pôr termo a sua doçura, era para Land como uma mãe que ele sempre desejou.
“Land, meu querido, onde vais com tanta pressa? Nem vais tomar o pequeno-almoço? Vá senta aqui e come qualquer coisa!”
Land era incapaz de lhe dizer que não, beijou-lhe a face e sentou-se. Não lhe revelara o que acontecera no dia anterior, não a queria preocupar, mas Dª Helen conseguia sempre saber se alguma coisa o perturbava, como naquele momento.
“O que se passa meu querido? Sinto que algo te está a incomodar!” – colocando a sua mão sobre a dele – “Sabes que podes desabafar comigo!”
Land não conseguia resistir a tanta ternura, segurou as pálidas mãos de Dª Helen nas suas com grande firmeza e cheio de coragem lhe perguntou: “Dª Helen…” – hesitou – “…onde me encontrou? Como foi que eu cheguei aqui até à aldeia?”
Dª Helen soltou suas mãos e se levantou, afastando-se de Land: “Porque me perguntas isso agora? Nunca tive os meus filhos, te acolhi como meu e não me arrependo! Não me interessam as tuas origens!”
“Eu sei…não estou a ser ingrato, apenas gostava de saber mais sobre as minhas origens!” – num tom mais constrangido Land pensou em questiona-la sobre a lenda que assombra as suas mentes: “Dª Helen a lenda de Nazul que todos temem, é verdadeira? Esse povo existe mesmo?”
Os olhos de Dª Helen transmitiam, agora desespero ao ouvir aquelas perguntas de Land, o seu corpo tremia, as mãos suavam frio, as suas pernas não conseguiam aguenta-la, teve de se sentar e dirigindo os seus olhos brilhantes pelas lágrimas que lhe corriam pela face, olhou Land bem no fundo dos seus olhos: “Porque queres saber sobre isso? Que te contaram?” – num tom desesperado implorava a Land – “Meu filho, por favor, esquece essa história, são apenas lendas que os mais velhos contavam! Faz-me um favor, não voltes àquele rio! Esquece!”
Perante o desespero de Dª Helen, Land abraçou-a decidindo parar de a questionar. Sabia com quem deveria falar sobre esse povo tão temível, o Mad Merry, todos o chamam assim por pensarem que é completamente demente. Dizem que a razão da sua loucura fora a morte terrível dos seus amigos enquanto nadavam no rio, desde então que Mad Merry nunca mais foi o mesmo, afirmando sempre que seus amigos tinham sido assassinados pelo rio, pelas criaturas de Nazul. Mad Merry, era o único que lhe poderia falar sobre este misterioso povo, mesmo correndo o risco de tudo não passar de uma loucura tinha de ir falar com ele. Decidido beijou a face de Dª Helen e saiu de casa, pelo caminho encontrou Claire que veio em direcção a ele.
“Land estás bem? Desculpa o meu pai, não sei porque reagiu assim!” – olhando-o nos olhos num tom preocupado - “Mas…onde ias com tanta pressa?”
Land segurando-a em suas mãos a sossegou: “Calma, apenas vou conversar um pouco com o Mad Merry!”
“O Mad Merry? Mas porque razão vais falar com ele? Todos dizem que ele está louco!”
“Por isso mesmo! Quero saber porque razão ficou assim!”
Claire percebera porque razão Land queria tanto falar com Mad Merry, para o questionar sobre o rio e a Floresta proibida, e essa ideia não lhe agradava de todo.
“Eu vou contigo então!”
Preparada para ir com Land até a casa de Mad Merry foi retida por ele: “Não Claire! Eu vou sozinho! Preciso de estar com ele a sós! Não fiques tristes comigo!” – acariciando-lhe a face branca – “Prometo que te conto, mas agora preciso mesmo de ir só!” - beijando-a com ternura na testa se afastou em direcção a casa de Mad Merry.
A casa de Mad Merry era a mais sombria da aldeia, não entrava a luz do sol, como se a escuridão se tivesse abatido naquele lar sem piedade não deixando nem uma pequena réstia de luz penetrar. As janelas estavam sempre fechadas, escuras da cor da noite, era o único lugar em toda a aldeia onde não se encontravam flores, nem erva verde que rodeia as outras. Mad Merry nunca se afastava de casa, sentia muito medo, passava a maior parte do tempo sentado à frente da porta sem falar com ninguém, todos sentiam uma certa repulsa por ele, apresentava-se sempre muito mal vestido e mal nutrido, era muito magro, cabelo sempre despenteado e aspecto oleoso e nos olhos uma clara demência.
Land aproximara-se da casa de Mad Merry decidido a entender o porquê da sua demência. Encontrara-o sentado no chão à frente da sua porta abraçado em si mesmo aquecendo-se com o sol, estava tão perdido nas suas lembranças que não dera por Land chegar. Estava tão sossegado, calmo, que Land não queria perturba-lo. Mas já não podia recuar, tinha demasiadas perguntas que precisavam de respostas. Aproximando-se ainda mais, tocou levemente no ombro de Mad Merry - “Merry?” – nesse instante Mad Merry sobressaltou-se, seus olhos estavam agora abertos, castanhos enormes, claramente assustados, todo o seu corpo agora tremia encolhido encostado à porta. Land ficou surpreendido pela reacção de Mad Merry, não esperava que tivesse tanto medo, afinal de contas estava em casa, não corria riscos.
“Merry, calma sou eu, Land! Só queria falar contigo um pouco! Pode ser?”
Mad Merry que se encontrava encolhido, levantara a cabeça, olhava Land com desconfiança no olhar. Nunca ninguém lhe dirigira o olhar, muito menos falavam com ele. Todos o tratavam como louco e agora um deles quer falar-lhe, porque razão? Que motivos trariam alguém até ele?
“Queres falar comigo? Porquê? Não sabes que sou louco?”
“Disso ainda não sei! Venho na esperança de descobrir o que te perturba!” – sentando-se a seu lado tentou começar um diálogo com ele – “Contaram-me que nem sempre foste louco!” – colocando a mão sob o ombro de Merry - “Dizem que a tua demência se deveu à perda dos teus amigos! Gostava saber o que realmente aconteceu nesse dia!”
Mad Merry baixara os olhos para o chão, não gostava de lembrar. Voltou a encolher-se e num tom baixo e frio pediu a Land que fosse embora.
“Por favor, deixa-me aqui sozinho! Contei tudo que vi e, por isso, me ignoram e chamam de louco! Ninguém acreditou no que eu disse, porque vens agora mexer nisso? Deixa-me!”
“Não posso, tenho demasiadas perguntas que só tu me podes responder! Por isso, te peço não me mandes embora, confia em mim! Merry, conta-me o que aconteceu naquele dia!”
Mad Merry não gostava de lembrar, tinha medo de lembrar. Quando lembrava, aquele dia parecia renascer, que voltava ao local e via novamente aquela imagem. Erguendo, novamente o olhar, mas agora não para Land, mas sim para o vazio, Mad Merry já não estava ali, só o seu corpo, a sua mente viajara pelo tempo de volta para o dia que mudou a sua vida.
“Foi tudo muito rápido! Num momento estávamos todos ali, e no outro apenas eu fiquei!” – o seu corpo começava agora a tremer – “Tom era o mais aventureiro de nós, não tinha medo de nada! Ele lembrou-se de desafiar a ver quem tinha a coragem de atravessar o rio! Eu não queria, mas Bert aceitou o desafio! Entraram no rio decididos a atravessá-lo!” – nesse momento os olhos de Mad Merry ficaram ainda mais abertos, a voz começou-lhe a tremer – “Foi então que apareceu….” – calou-se.
A ansiedade de Land aumentava a cada palavra de Mad Merry: “O que foi que apareceu Merry, conta-me!”
Todo o corpo de Mad Merry tremia, virou-se para Land agarrando-o com enorme força e olhando no fundo dos olhos: “Apareceu ela! Toda a água do rio tomou a forma de uma mulher à frente deles! Uma mulher de água, podia ver através dela! Ela afogou-os! Desapareceu sob eles, fazendo com que toda a água que a formava os levasse para o fundo do rio! Depois tudo ficou calmo novamente, o rio voltou ao normal, só eles é que não! Nazul não é uma lenda, é real! É real!” – Mad Merry voltara a encolher-se.
Land ficou impressionado com o que acabara de ouvir, um rio que tomou a forma de uma mulher. Tudo aquilo lhe parecia inacreditável. Mas uma questão continuava assombrar a mente de Land, terão eles ouvido a mesma voz que ele e, por isso arriscaram?
“Merry, nesse dia ouviram alguma voz a chamar pelos vossos nomes?”
“Não! Nada! Só aquela criatura que surgiu!” – agarrando o braço de Land – “Land, ninguém pode atravessar o rio, nem sequer pensar nessa hipótese! Não é possível engana-los, eles, sabem…” – novamente Mad Merry se encolheu no seu canto.
Land impressionado com a história de Mad Merry, levantara-se lentamente afastando-se da casa, pensando em tudo aquilo que acabara de ouvir. Mad Merry afirmou com toda a certeza de que não ouviram nenhuma voz naquele dia, nenhum deles fora provocado para atravessar, mas, então, porque ouvira o seu nome a ser chamado. Land caminha ao longo da estrada de terra batida perdido em seus pensamentos quando, de repente, algo o fez parar - “Land!” – novamente aquela voz a chamar por ele, mas na aldeia? Como podia ser? Land não queria acreditar. Parado no meio da estrada olhando em seu redor, não via ninguém. Pensativo nem reparara em Claire que se aproximava dele em passo apressado.
“Land vem comigo, preciso falar contigo!” – puxando-o pelo braço, foram até ao celeiro do seu pai. Tomando todo o cuidado para não serem vistos, entraram – “Sei porque foste falar com Mad Merry! Por favor Land esquece essa história, não tentes nenhum disparate! Eu…eu não suportaria a ideia de te perder…”
Land num gesto carinhoso colocou o seu dedo sob a boca pequena de Claire para que parasse de falar, tinha por ela um sentimento muito forte, para ele a ideia de perde-la era um pesadelo. Olhando-a bem no fundo dos seus olhos azuis, acariciando-lhe a face branca, levou as mãos ao seu colar, pegou nele e o colocou no pescoço de Claire.
“Claire descobri que não sinto por ti apenas amizade! Eu amo-te e como prova entrego-te o meu bem mais precioso, o meu coração, e com ele este colar!”
“Mas Land é a única coisa que possuis do teu passado, é a única pista para os teus pais, não posso aceitar!”
“Neste momento, tu és a coisa mais importante! Mas tenho de descobrir o que está acontecer! Não posso ficar parado!” – beijou-a na testa.
Lágrimas corriam no rosto de Claire, não aceitava aquela loucura.
“Land, por favor, se me amas, não atravesses o rio! Por favor, fica comigo!”
Land secou-lhe as lágrimas da face e a abraçou. Ficaram abraçados por muito tempo. Quando Claire ficou mais calma Land a acompanhou até à porta de casa.
Não podia perder mais tempo, tinha de aproveitar o momento para seguir o seu destino. Apressou-se pelo trilho traçado, na pequena floresta, que levava até ao rio, tinha de descobrir a quem pertencia aquela voz que chamava por ele e porquê.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Balelas contadas...

As famosas balelas contadas, quem nunca levou com elas? Todos os dias nuns atiram com areia para os olhos, usam palavras bonitas, frases feitas com muito cuidado, mas sem conteúdo. A intenção, apenas uma, a de enganar com doces palavras, tentar esconder a verdade, que não lhes convém ser conhecida.
O grande problema deste hábito é que quem as contas acabam por acreditar nelas...mas nada de verdade apresentam. Depois quando questionados, sempre o mesmo discurso, falam do passado, auto-ilugios, usam de grandes discursos e fogem da questam em si...na verdade, nunca chegam a responder ao cerne da questão. Pior, quando opiniões diferentes são apresentadas, e muitas vezes mais acertadas, então surge a arrogância..."não eu é que sei..."; "...vocé não sabe o diz..."; etc
Qual a grande conclusão?
A conclusão é muito simples, falam, falam e não dizem nada...são apenas balelas contadas.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Coração de Nazul - Cap. I

Capítulo I

Estava um dia particularmente quente na aldeia de Riverhood. Podia-se ver as crianças correrem felizes pelas ruas, um grande alvoroço, era, assim, que Riverhood acordava todas as manhãs. Uma aldeia pacata de gente simples, agricultores que vivem calmamente naquelas verdes paisagens. Toda a aldeia se formava através de pequenas e modestas casas rodeadas de verdejantes paisagens, todos se conheciam havendo um enorme espírito de entreajuda. Mas este dia não era um dia normal, algo de muito estranho estava prestes a acontecer que mudaria a vida destes habitantes.
Land, era um jovem de uma beleza em que nenhuma rapariga ou mesmo mulher lhe era indiferente, de olhos cor de mar e cabelos da cor do sol, encantava todos por onde passasse. Na aldeia pouco ou quase nada se sabia do seu passado, nem ele próprio conhecia a sua história, a única coisa que se sabe, é o facto de ter aparecido na aldeia numa cesta carregando consigo apenas um estranho colar, com uma espécie de pedra azul brilhante não muito grande. Apesar da sua história ou falta dela, nunca desistiu de procurar os seus pais, o colar era a única pista que tinha, mas o facto de ser órfão no momento não lhe retirava toda a luz que reflectia no seu olhar, era extremamente divertido. Num dia como aquele, em que o sol apertava, adorava ir refrescar-se para o rio. Ao ver Claire, saiu de casa a correr, mal colocou os pés na rua começou a ouvir-se o murmurinho das jovens que ali se encontravam, nunca se sentia a vontade com aquela situação, nem a entendia, era assim desde de pequeno.
Claire estava na banca da fruta da velha Mary, quando Land se aproximou dela. Claire era sua melhor amiga e confidente, não se comportava como as outras o que lhe agradava imenso. Era uma bela rapariga, de olhos azuis como o céu e cabelos louros, compridos, ondulando sobre os seus ombros.
Quando Land se preparava para lhe falar ela o impediu:
“Que desejas Land? Estou-te a avisar, hoje estou bastante ocupada!” – disse com um sorriso no rosto.
“Nada! Apenas pensei que num dia destes tão quente gostarias de ir até ao rio comigo, para nos refrescarmos! Que me dizes?”
Perante tal proposta Claire respondeu-lhe em tom de brincadeira – “És impossível, será que nunca vais crescer?”
Land acariciando-lhe a face, olhando-a nos olhos com um enorme sorriso lhe disse:
“Para quê termos tantas coisas belas da natureza se só podemos aproveita-las, apenas quando somos crianças? Vamos Claire, o dia está tão bonito hoje, um dia perfeito para nadar no nosso rio, que se bem me lembro tu adoravas….”
“Pronto, convenceste-me, vamos então aproveitar este dia!” – interrompeu-o com um sorriso.
Assim, ambos se dirigiram até ao rio, onde muitas vezes foram nadar juntos. Land adorava aquele rio, não sabia porquê, sentia-o como parte dele. Na aldeia, todos temiam o rio, diziam que divida dois mundos, ninguém podia sequer pensar em atravessa-lo para a outra margem.
Contam a lenda que o rio surgiu de modo a separar dois povos. Do outro lado da margem reside o povo de Nazul, conhecidas como criaturas mágicas possuidores de grandes poderes e beleza. O Rei de Nazul para pôr fim à escravidão dos humanos fez emergir o rio que agora os separa, ficando ambos os povos proibidos de atravessá-lo.
Os dois chegaram finalmente ao seu destino, adoravam aquele lugar e não entendiam como todos os outros temiam um lugar tão belo como aquele.
Land deu um passo em frente e levantando os braços em direcção ao céu aclamou: “Este sítio é maravilhoso, era capaz de ficar eternamente aqui.”
“Então vais ficar apenas a contemplar a beleza do lugar?” – disse Claire dando-lhe um leve empurram e começou a correr em direcção ao rio.
Land com um largo sorriso seguiu. Estavam muito divertidos, tão divertidos que não se apercebiam de nada de estranho. Com tanta euforia algo de mágico os aproximou, um sentimento que não conseguiam entender. Olhando-se nos olhos, Land elevou a sua mão até à face de Claire, acariciando-a.
“Claire és tão bela!”
Quando seus lábios se aproximavam, fez-se ouvir uma voz no vento, que nunca tinham ouvido antes. Assustados, olharam para todos os cantos para tentar perceber de onde vinha essa estranha voz.
“Que foi isto Land? Passa-se alguma coisa, vamos embora daqui!”
“Não! Espera!” – disse Land olhando à sua volta.
Ficaram parados por alguns minutos, até que aquela voz se manifestou novamente. Chamava por um nome, que estranhamente Land reconheceu como seu: “Land” – aclamava a voz. Era por Land que ela chamava.
“É o meu nome! Alguém está a chamar por mim! Mas quem pode ser?”
Aquela voz repetidamente aclamava por Land, mas ele não entendia quem o chamava e porquê? Mas não tinha dúvidas de que a voz vinha da floresta proibida, a floresta da lenda, de Nazul.
“A voz vem da floresta!”
“Land vamos embora por favor!” Claire estava muito assustada, puxava Land para terra.
“Espera! Estão a chamar pelo meu nome! Quem poderá do outro lado saber quem eu sou? Pode ser alguém em apuros a precisar de ajuda!”
Land queria ver de quem era voz que chamava por ele, mas Claire com um enorme esticam impediu-o: “Land, vamos embora, conheces a lenda! Por favor, promete que não atravessas para a outra margem! Promete-me!”
Perante o desespero de Claire, Land recuou e voltaram para a aldeia. Mas aquela voz não lhe saia da cabeça, quem poderia estar a chamar por ele? Quem do outro lado da margem, onde nunca esteve poderia saber o seu nome? E que criatura poderia ser, já que ninguém era autorizado a entrar na Floresta proibida, será uma das criaturas que todos receiam, pelo qual não se atrevem nem sequer pensar na possibilidade de atravessar até à outra margem? Será a lenda de Nazul verdadeira? E sendo verdadeira, porque aclamavam o seu nome, porque razão os Nazuls chamariam por Land? Seria a forma de testar os seres humanos? Tantas eram as perguntas que assaltavam a mente de Land, e não conseguia encontrar respostas para elas, mas estranhamente, levando a mão ao seu colar, sentia que aquela voz chamava por ele, não para o testar, mas sim porque pretendia que ele fosse ao seu encontro. Por alguma razão que Land desconhece, sabia que um dia teria de atravessar para a outra margem.
O caminho de volta para a aldeia nunca pareceu tão longo como agora, Claire ficou muita assustada, queria chegar o mais depressa possível, queria ir para longe daquele lugar. Aquela paisagem que tanto gostava outra ora, deixara de lhe parecer tão calma e tranquila. Land, ao contrário de Claire ficara intrigado, queria voltar, tentar perceber o que acontecera ali.
Na aldeia o pai de Claire os esperava, agarrando o braço dela furioso questionou-os de onde vinham:
“Claire, mas onde é que vocês os dois se enfiaram durante toda a manhã? Estou farto de vos procurar, já te disse que não gosto que te afastes daqui!”
“ Pai, apenas fomos até ao rio para nos refrescarmos!”
“ Até ao rio…” – sobressaltou-se – “…quantas vezes já te disse para não ires até lá? Esse lugar é perigoso…vamos já para casa…”
Land colocando-se de frente dele parou-o: “ Sr.º Robert, por favor não se zangue com sua filha! A culpa foi minha, eu a convenci a ir!”
O pai de Claire nunca esteve tão furioso com eles, e olhando Land nos olhos tomara uma atitude que nunca esperaria dele: “Land, por favor, eu te peço…afasta-te da minha filha!” – os olhos dele transmitiam um enorme desespero, nunca agira assim antes, o que terá mudado? Desviando o olhar deslocou-se com Claire para sua casa, Land nem teve tempo para se despedir dela.
Claire não queria acreditar na atitude do pai, ao chegar a casa confrontou-o: “O que aconteceu meu Pai? Porque tratas-te Land daquela forma?”
“ Claire desobedeceste-me! Quantas vezes já te avisei para não ires para o rio, aquele lugar é perigoso! E o Land, sabe muito bem que eu não gosto que vás para lá, mas ele insiste!” – explicou-se elevando a voz. Mais calmo, aproximou-se de Claire e num tom de voz mais baixo: “ Ouve bem minha filha! Eu não quero que te aproximes desse rapaz, afasta-te dele!”
Claire não queria acreditar no que acabava de ouvir.
“ O quê? Mas porquê? Que mal ele te fez? Isso é um absurdo, não me pode pedir isso, eu não o vou fazer!”
“Não discutas comigo! Fazes o que eu mando! Afasta-te dele! E agora vai para o teu quarto imediatamente!” – ordenou o Pai.
“Sim, Meu Senhor…” – obedeceu-o contrariada.
Dª Rose, mãe de Claire, que ouvira a discussão veio ao encontro de seu marido e ambos se abrasaram.
Os dias de Land nunca foram normais, mas o de hoje foi, particularmente o mais estranho de todos. Caiu a noite, mas Land não conseguia dormir, não conseguia tirar do seu pensamento tudo que acontecera. No rio aquela estranha voz a chamar por seu nome, e a reacção do pai de Claire por saber que tinham ido até ao rio. Sentia no seu coração que algo de muito estranho estava a acontecer, não sabia o que era, mas tinha a certeza de que se aproximavam dias longos e escuros.

Contador de Histórias

O descobrir das palavras formando frases temperadas com um pouco de imaginação, dão origem a belas histórias, muito tempo guardadas num cofre recheado de ideias. Mas porquê guarda-las e esconde-las do mundo, não seria muito mais divertido partilha-las? Será que se guardam por egoísmo ou por receio?
Tantas ideias a fervilhar, histórias que não param de surgir do pequeno cofre. A transformação das histórias que apenas estavam dentro da imaginação em palavras com sentido, trazem consigo uma estranha sensação. No inicio, não conseguia perceber, mas depois, sim, era uma sensação de prazer, não apenas de as escrever, mas também de as ler. Foi, assim, que descobri o gosto pela escrita das histórias escondidas no cofre da imaginação. Mas não me considero escritor, nem podia. Escritor, é aquele que tem o dom de usar, além da pura imaginação as mais belas palavras e conseguir manipula-las da forma mais sábia e acertada. Para ser escritor, não basta apenas a imaginação, é preciso saber usa-la e como numa melodia revelar a história que se esconde nas palavras escritas numa folha de papel. Por isso, venero todos os que são possuidores de tal dom. Bem diferente de mim, que apenas tenho a imaginação, por isso, limito-me a ser um contador de histórias.
Nunca revelei este meu segredo a ninguém, apenas a amigos mais chegados. Penso que a razão que me fez manter o cofre fechado foi o medo, não sei ao certo do quê, talvez, de serem apenas histórias sem sentido, sem qualquer interesse. Mas, guarda-las apenas para mim, porquê? Que razão tenho para ter medo? Não seria muito mais divertido partilha-las? Ser o seu único a conhecê-las, não é, sem dúvida, muito divertido. Assim, ganhei coragem e irei usar este blog como instrumento, para publicar por capítulos, as minhas histórias e poder partilha-las com aqueles que como eu gostam de fantasia e magia e de um pouco de imaginação.
Darei início a esta nova aventura com "O Coração de Nazul", e espero que vos faça viajar pelos vastos caminhos da imaginação.