sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Prof.Sang.-Transf. - Cap.Um

(continuação)

O cansaço começava a vencer-me, deitei-me com a fotografia na mão. E acabei por adormecer, não sei ao certo quanto tempo dormi; o despertador não tocou – devo-me ter esquecido de o activar. Sarah acordou-me – como sempre tinha de o fazer -, tocou-me no rosto e estremeci.

- Acorda meu dorminhoco. Temos de ir… - espreguicei-me – Anda lá. Todos os dias é a mesma coisa, não penses que hoje vou ser tão paciente como nos outros dias – ia a sair do meu quarto quando elevou a voz. – Levanta-te, estou a falar a sério – disse da porta.

Sempre odiei levantar-me cedo, um sacrifício, principalmente depois de uma noite mal dormida como era o caso. Espreguicei-me mais uma vez – uma tentativa frustrada de afastar o sono que persistia -, e reparei que ainda tinha na mão a fotografia de Kelly; não a tinha largado durante toda a noite. Sorri para ela, já tinha saudades.

Apesar de ter dormido pouco, e de todo aquele enjoo e mal-estar, que me perturbou o sono, sentia-me bem; quase estranhei quando nenhuma névoa perturbou a visão e a minha cabeça, que não parava de rodar, mantinha-me firme. O chão parecia ter feito as pazes comigo, não deslizava nos meus pés tentando derrubar-me. O meu quarto – ou ex-quarto –, completamente iluminado pelo sol, não parecia perigoso, a armadilha foi desarmada pela luz quente e brilhante (mesmo assim, tratando-se de mim, todo o cuidado é pouco).

“É hoje que tudo muda. A mudança de vida. Uma nova aventura” – este pensamento provocou-me um estranho aperto no coração. O que estará à minha espera? Lembrei-me de outra razão que me desfazia o peito em pequenos pedaços: ficar longe de Kelly… Como iria sobreviver sem ela?

- Alex?! – Sarah chamou interrompendo a minha linha de pensamento. – Despacha-te – e, gritou da porta fazendo-me estremecer.

- Já vou!

Olhei em volta à procura da roupa que tinha deixado de parte.

- Onde será que deixei… Ah! Está aqui.

(continua...)

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